Opaa… A maioria, ou todos, vocês que me acompanham pelo Tô Ligado! já devem estar sabendo que recebi uma proposta de emprego e me mudei de Minas para o Rio Grande do Sul.
Pois bem... na minha casa, tive a liberdade de fazer o que sempre quis, viajar pra onde e quando quisesse. Não que meus pais sejam permissivos, muito pelo contrário... são bem rígidos, mas sempre me deram permissão e me ensinaram a tomar minhas próprias decisões.
Nunca fui rebelde, sempre fui (pelo menos acho) um bom filho, irmão, tio e cunhado. Talvez pelo fato de ser o filho mais novo, e temporão – nasci doze anos após a última filha dos meus pais – sempre tive mais privilégios que meus irmãos não tiveram, pois os mesmos assumiam o papel de pais, e seus filhos eram meus irmãos. Sempre valorizei meus pais, pois por serem de idade avançada, o tempo deles aqui comigo é menor a cada dia.
Minha casa (em Valadares) é sempre cheia de gente... às vezes me dava um ódio daquele trança-trança no meu quarto – lugar preferido do povão de lá, não sei por que – mexendo nas minhas coisas, pegando minhas roupas... Mas depois de um mês fora de casa, sinto falta dessa “zona”.
Minha casa (em Valadares) é sempre cheia de gente... às vezes me dava um ódio daquele trança-trança no meu quarto – lugar preferido do povão de lá, não sei por que – mexendo nas minhas coisas, pegando minhas roupas... Mas depois de um mês fora de casa, sinto falta dessa “zona”.
Ser jogado em um novo mundo de uma hora pra outra está sendo muito punk pra mim. Sair de casa e morar sozinho, conviver com pessoas que você nunca viu na vida, experimentar sabores que nunca tinha nem sonhado existir... enfim, tudo, tudo diferente daquilo que você sempre foi acostumado.
Já morei sozinho uma vez, mas era pertinho de casa e quando a saudade batia lá eu estava. Já passei meses fora de casa, viajando com pessoas desconhecidas, mas o fato de saber que agora é pra valer, que não a data que irei rever minha família será entre os dias X e Y me faz ficar apavorado. Morto de saudades. Assistir filmes, novelas ou ir a igreja e escutar algo relacionado à família aumenta aí da mais a saudade e me faz chorar. Esses dias, em pleno expediente, uma reportagem sobre os filhos que foram em busca do pai que nunca conheceram, me fez ficar extremamente emocionado, e por pouco meus patrões não me pegaram chorando.
Mas é claro que nós precisamos trilhar nossos próprios caminhos. E esta experiência, por mais dolorosa que seja, está sendo muito enriquecedora pra mim, tanto psico, como culturalmente. Fiz amizades que guardarei para o resto da vida. Aham, é sério, existem pessoas que chegam e ficam.
Acho que seria vital, viver fora de casa por pelo menos 6 meses. Em outro estado, ou se puderem, em outro país. Fazem-nos crescer e amadurecer demais. Enxergar o mundo com outros olhos. Valorizar mais a família e os amigos que deixamos pra trás. Esse tempo fora de casa, fez aumentar ainda mais o amor que sinto por eles, e ter a certeza (sem demagogia, pois odeio isso) que dinheiro nenhum no mundo é melhor que o amor de pai e mãe... o único incondicional.