Opaaa... gente, hoje o Tô Ligado! tá muito chique!!!! O nosso convidado, Renato de Jesus Alves (Cinema, a Arte da Emoção). O cara, além de saber exatamente o que diz, estudou pra isso. Ou seja, juntou a fome com a vontade de comer! Leiam o texto e diga se estamos chiques ou não?!
O Cinema Nacional em Três Anos
Desde Carlota Joaquina, sabemos que o cinema nacional ressurgiu das cinzas e tem conquistado mais respeito, público e dinheiro. O resultado disso, obviamente, são progressos dentro do mercado cinematográfico nacional. Entretanto, uma linha do cinema tupiniquim, me preocupa, e muito pela falta de renovação nos últimos anos, e consequentemente para o futuro: o cinema infantil.
Desde que Xuxa e Os Trapalhões fizeram grande sucesso com o público nacional, nada surgiu para cativar as crianças brasileiras dentro da sétima arte brasileira. Falta renovação. Fora um ato isolado aqui (Tainá), algum lá (Castelo Rá-Tim-Bum) e outro ali (Turma da Mônica, em termos de cinema, não em termos de quadrinhos) nada brasileiro leva as crianças brasileiras ao cinema por produções, exclusivamente, nacionais. Porém, quando o assunto é cinematografia internacional temos um milhão de animações e filmes que cativam as crianças, sejam produções boas (Shrek) ou não (linha Disney). Nos últimos três anos, nada aconteceu para esse gênero dentro do cinema brasileiro e minha expectativa é que isso dificilmente ocorrerá nos próximos três anos.
Afinal, o que falta à sétima arte brasileira que leve suas crianças à sala de cinema para assistirem a produções da nossa terra? Conversando com Diller Trindade (produtor de diversos filmes da Rainha dos Baixinhos e do Quarteto liderado por Didi Mocó) ele nos alerta para a falta de renovação e reconquista do público jovem. Segundo ele “Somente Mauricio de Souza tenta algo de real no Brasil”, o que é muito pouco para uma cultura que conseguiu recuperação tão grande dentro de diversos gêneros.
Isso preocupa, e muito, na minha visão, o futuro do cinema nos próximos três anos. Como conquistaremos o público se não o cativarmos? Quando jovem, lembro-me de como os filmes de pornochanchada fizeram mal ao nosso cinema. Demoramos anos para mostrar ao público interno que o cinema brasileiro não mostrava mais apenas seios e sexo. Será que sofremos novamente? É possível. Para evitar isso precisamos nos mexer.
É importante que a cultura nacional seja reapresentada aos nossos jovens. Se as crianças de hoje não conhecem ou não se “apaixonam” por filmes de Xuxa e Didi, devemos reconquistá-las, como fizeram os japoneses com seus jovens. Sem perder o seu próprio estilo, a animação oriental japonesa faz sucesso dentro do Japão e por todo mundo, inclusive no Brasil.
O lançamento do dvd Brasil Animado, realizado em 3D me fez manter um fio de esperança. Afinal, apesar de pouca movimentação para a popularização do cinema infantil para a nova geração de fãs, entendo que o lançamento desse produto é um bom sinal para o mercado brasileiro.
Entendo que todos devem se unir: produtores, diretores, atores e grande público. A literatura nacional é tão rica e existe tanta força dentro desse contexto de nossa cultura que é impossível não imaginar que ela
Renato de Jesus Alves
Jornalista e Professor de Cinema
Realizou dois curtas-metragens "O Caminho" e "O Crime do Pacote" que participaram de diversos festivais de cinema no Brasil (inclusive Festival de Gramado) nos anos de 1997 e 1998. Trabalhou também na Redação da Revista de Cinema e no Projeto Arrastão como Professor de Cinema. Atualmente esta fazendo licenciatura em História.